sexta-feira, 13 de maio de 2011

BLOCO INTERMEDIÁRIO.

O VELHO OESTE BRASILEIRO.


Você gosta de aventura? Então imagine como era morar em Campo Grande no início da formação. Os primeiros colonizadores eram pessoas pacíficas na sua maioria, como desejo de constituir família e prosperar, porém, com o tempo e as propagandas de facilidades de se ganhar dinheiro, inúmeros desconhecidos, aventureiros e foragidos da justiça chegaram à confluência do Prosa e do Segredo.
Campo Grande era uma cidade sem lei. Distante da capital e das forças policiais, o número de pessoas consideradas criminosas era realmente elevado no final do século XIX e começo do século XX. A péssima fama da vila propagava nossa cidade como um “antro infernal”: os crimes ficaram impunes por falta de força de repressão e, para piorar, quase todos na cidade andavam armados, situação que só contribuía para aumentar a falta de ordem e segurança.
Para se ter uma idéia melhor, leia o fragmento abaixo, retirado do livro A Rua Velha, em que o autor, Paulo Coelho Machado, importante escritor campo-grandense, relata a entrevista feita com um comerciante da época:
“Em 1908, Francisco Vidal inaugurou o primeiro bilhar de Campo Grande, na Rua 26 de Agosto (...)”. Já no final da vida, concedeu-me uma entrevista, que anotei cuidadosamente e onde está escrito:
- “Quem estava vestido de pala naquela época tinha uma carabina por baixo”.
Isso quer dizer que a maioria dos habitantes em Campo Grande andava armada, como em outras dezenas de cidades brasileiras distantes das capitais e dos grandes centros.
Conforme se observa nas fotos da página seguinte, o item que se parece com um longo lenço de pescoço era o pala que, no inverno, os homens usavam para se protegerem do vento; no verão, usava-se aberto para se abrigarem do sol.
Mas, independente de ser inverno ou verão, a verdadeira função do pala era, principalmente, a possibilidade de se esconder uma arma dos olhares curiosos, e isso fazia com que qualquer discussão, mesmo as sem motivos aparentes, terminassem em tiroteios e assassinatos.
No arquivo histórico de nossa cidade, pode-se ter acesso a outro intrigante de parte dessa violência e falta de lei: é o relato da primeira autópsia realizada na cidade, na época por J. Willard Morris, que se dizia médico, um americano que ficou um tempo hospedado em Campo Grande e que havia trazido a primeira máquina de escrever. Na certidão de óbito de um paraguaio, escreveu, causa mortis: “morto de doença da terra” (assassinado), ou como diriam alguns da época, “morreu de calibre 44”
Não havia em Campo Grande um destacamento policial, a lei era mantida pelo respeito mútuo e pela compreensão de cada habitante, que vigiava a própria atividade. Não havia nem cadeia na nossa cidade.
A lei e a ordem só começaram a chegar com a emancipação política, a partir de agosto de 1899, e verdadeiramente com a elevação a município, em 16 de julho de 1918. Outro fator importante foi Campo Grande ter sido indicada para ser a sede da Circunscrição Militar de Mato Grosso.

História de Campo Grande – Editora Alvorada.

BLOCO INTERMEDIÁRIO.

A IMPORTÂNCIA DA ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRASIL PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIDADE DE CAMPO GRANDE.



Com o ordenamento das ruas e o crescimento populacional, o comércio cresceu e progrediu. Com isso chegaram novos empreendimentos, dos quais o principal foi a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que trouxe grandes mudanças para a Vila. A construção demorou, pois os trabalhadores enfrentaram algumas dificuldades, como os ataques dos índios e doenças. Em 1914, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil chegara a Vila de Campo Grande e trouxe o progresso, o comércio e os imigrantes japoneses, árabes, portugueses, alemães, italianos e espanhóis, atraídos por novas oportunidades.
Nessa época, a cidade mais importante do sul de Mato Grosso era Corumbá, em virtude do porto e de todo o comércio que existia na região, decorrente do Rio Paraguai. Com a chegada da ferrovia, todo o comércio começou a deslocar-se para Campo Grande.
A regularização das viagens ferroviárias motivou os fazendeiros de Campo Grande e das regiões vizinhas a instalarem residência na cidade, para controlar os negócios de exportação de gado e ficar mais perto da administração local, além de se informar dos acontecimentos do litoral.




Confira a banda de rock campo grandense "O Bando do Velho Jack" interpretando a música TREM DO PANTANAL de Geraldo Roca e Paulo Simões.




BLOCO INTERMEDIÁRIO

RESUMO EM TÓPICOS DA HISTÓRIA DE CAMPO GRANDE.





Em busca de melhores condições de sobrevivência levou José Antonio Pereira a sair de sua cidade e se aventurar em terras desconhecidas.
• Antes de chegar à atual Campo Grande ele passou pelos estados brasileiros de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
• Monte Alegre era a cidade onde José Antonio Pereira morava antes de viajar para terras distantes.
• O transporte utilizado por José Antonio Pereira para a viagem foi o Carro de Boi.
• José Antonio Pereira nasceu em Minas Gerais na cidade de Monte Alegre.
• O primeiro nome dado ao novo povoado de Campo Grande foi Arraial de Santo Antonio.
• Na divisão das terras, depois da terceira viagem, a fazenda Lageado ficou com Manuel Olivério, genro de José Antonio Pereira.
• O primeiro juiz de paz di Distrito de Paz de Campo Grande foi Bernardo Franco Baís.
• A primeira planta de Campo Grande foi elaborada por Nilo Javari Barém.
• O local considerado marco inicial do povoado de Campo Grande é o encontro dos córregos Prosa e Segredo.
• José Rodrigues Benfica foi o criador da primeira escola na Vila de Campo Grande.
• O principal empreendimento que favoreceu o crescimento da vila de Campo Grande foi a Construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.

terça-feira, 10 de maio de 2011

BLOCO FINAL - A VINDA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL.

BLOCO FINAL - A VINDA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL.













Quadro de Portinari que retrata a chagada da Família Real ao Brasil.





A França, afim de prejudicar a Inglaterra, põe em prática o Bloqueio Continental. O Bloqueio Continental foi o fechamento, pela França, dos portos da Europa ao comércio inglês. A economia portuguesa havia muito encontrava-se subordinada à inglesa. Daí à relutância de Portugal em aderir incondicionalmente ao bloqueio. Napoleão resolveu o impasse ordenado a invasão do pequeno reino ibérico. Sem chances de resistir ao ataque, a família real transferiu-se para o Brasil em 1808, sob proteção inglesa.



Começou então, no Brasil, o processo que iria desembocar, finalmente, na sua emancipação política. Para corte de Lisboa colocou-se a seguinte situação: permanecer em Portugal e sucumbir ao domínio napoleônico ou retirar-se para o Brasil. Esta última foi a solução defendida pela Inglaterra.
Chegada à Bahia - As embarcações chegaram à costa da Bahia a 18 de janeiro de 1808 e, no dia 22, os habitantes de Salvador já puderam avistar os navios da esquadra. Às quatro horas da tarde do dia 22, após os navios estarem fundeados, o conde da Ponte (governador da capitania da Bahia à época) foi a bordo do navio Príncipe Real. No dia seguinte, fizeram o mesmo os membros da Câmara. Em Salvador foi assinado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas.
A chegada ao Rio de Janeiro - A esquadra partiu de Salvador rumo ao Rio de Janeiro, onde chegou no dia 8 de março, desembarcando no cais do Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro).
Em abril de 1808, o Príncipe Regente decretou a suspensão do alvará de 1785, que proibia a criação de indústrias no Brasil. Ficavam, assim, autorizadas as atividades em território colonial. A medida permitiu a instalação, em 1811, de duas fábricas de ferro, em São Paulo e em Minas Gerais. Mas o sopro de desenvolvimento parou por aí, pois a presença de artigos ingleses bem elaborados e a preços relativamente acessíveis bloqueava a produção de similares em território brasileiro. A eficácia da medida seria anulada pela assinatura dos Tratados de 1810: o Tratado de Aliança e Amizade e o Tratado de Comércio e Navegação. Por este último, o governo português concedia aos produtos ingleses uma tarifa preferencial de 15%, ao passo que a que incidia sobre os artigos provenientes de Portugal era de 16% e a dos demais países amigos, 24%. Na prática, findava o pacto colonial.
Entre as mudanças que ocorreram com a vinda da Família Real para o Brasil destacam-se:
a fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808;
• a criação da Imprensa Régia e a autorização para o funcionamento de tipografias e a publicação de jornais também em 1808;
• a criação da Academia Real Militar (1810);
• a abertura de algumas escolas, entre as quais duas de Medicina – uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro;
• a instalação de uma fábrica de pólvora e de indústrias de ferro em Minas Gerais e em São Paulo;
• a vinda da Missão Artística Francesa em 1816, e a fundação da Academia de Belas-Artes;
• a mudança de denominação das unidades territoriais, que deixaram de se chamar "capitanias" e passaram a denominar-se de "províncias" (1821);
• a criação da Biblioteca Real (1810), do Jardim Botânico (1811) e do Museu Real (1818), mais tarde Museu Nacional.




Para saber mais visite o site do autor e pesquisador brasileiro Laurentino Gomes que publicou trabalhos sobre o tema: http://www.laurentinogomes.com.br/

BLOCO FINAL - O CICLO ECONÔMICO DO CAFÉ.


O CICLO ECONÔMICO DO CAFÉ
Na América do Sul a planta chegou pelas mãos dos franceses quando tentavam colonizar o Novo Mundo. Na tentativa de fincar raízes neste continente é que foram trazidas as primeiras mudas de café para o Brasil – por brasileiros em contato com os franceses – em 1727, plantando-as em Belém do Pará. Quase que de mãos em mãos as sementes do café foram “descendo” a costa do litoral brasileiro, sendo experimentado em diversas províncias (depois Estados) brasileiras até chegar na década de 1770 ao Rio de Janeiro, sendo nesta cidade onde a planta encontrou incrível adaptação.
Mas os agricultores brasileiros, ocupados em cultivar a cana-de-açúcar, ainda o produto agrícola de maior renda na economia do Brasil, estavam pouco ou nada interessados em plantar uma nova cultura. Assim sendo, no início de sua introdução o café obteve pouco apelo entre os brasileiros, pois a maioria dos senhores de engenho estavam ocupados em produzir uma cultura comercial, a cana-de-açúcar. Mas não é difícil de compreender porque a cultura do café substituiu a cultura da cana-de-açúcar nas grandes propriedades no Brasil. Em primeiro lugar, a demanda mundial de café era muito maior do que a do açúcar e só aumentava. Segundo, o café exigia menos mão-de-obra, pois a cana tinha que ser replantada (lembrando-se que não existia qualquer maquinário agrícola senão a enxada, a foice e a pá nas lavouras do Brasil exceto raras exceções), e o café poderia durar entre 30 a 40 anos em produção.
Depois de 1820 o café foi ocupando o lugar da cana-de-açúcar e de outras formas de cultivos no Rio de Janeiro e em São Paulo, servindo-se da base da estrutura agrícola deixada por estas e outras culturas. Neste sentido, a cultura do café de 1820 a 1870, atinge o auge de sua produção na região conhecida como Vale do Paraíba, contemplando as Províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo (com destaque as cidades de Valença, Pindamonhangaba, Itú, Vassouras, etc.)
A cultura do café exigia grandes espaços de terras e mão-de-obra (escrava), neste sentido, o aumento da produção de café estava ligado ao crescimento da entrada de escravos, que alcançou o auge em 1848, dois anos antes da Lei Eusébio de Queiroz (1850) que proibia o tráfico de escravos, quando desembarcaram no Brasil 60.000 cativos africanos. Além disso, o café exigia grandes áreas de terras devido a falta de cuidados no campo, pois não existia a preocupação e a tecnologia necessária aos cuidados com a terra. Sendo assim, o cultivo do café se tornou uma cultura itinerante que se completava com a exaustão dos solos, seguido de novas derrubadas de matas e novos plantios de café, surgindo dai a expressão utilizada por Monteiro Lobato: “a marcha do café”, que invadia os solos paulistas e cariocas.
Devido a estas características do seu cultivo, o café a partir de 1870, com o encarecimento do preço dos escravos, com a erosão dos solos, e a exploração sem cuidados esgotaram as terras do Vale do Paraíba. As plantações de café, a partir de Itú e Campinas, passaram então a se expandir para a região conhecida como Oeste Paulista, onde se situam as cidades de Limeira, Piracicaba, Rio Claro, Araras, Ribeirão Preto. No final do século XIX, no Oeste Paulista, produzia-se o melhor e a maior quantidade de café para exportação do Brasil, nas plantações de terra roxa (nome derivado de rossa, vermelha em italiano), ideal para o cultivo da planta.
Com a proibição do tráfico internacional, os cafeicultores recorreram ao tráfico interprovincial e desenvolveram uma política de atração de imigrantes europeus para suas lavouras. Porém, o trabalho destes últimos só ganhou peso na década de 1880, quando os cafeicultores já não conseguiam segurar os escravos nas fazendas, devido à força da campanha abolicionista.



A DECADÊNCIA DO CAFÉ






Acesse a página da Revista Veja contendo uma reportagem de Outubro de 1929 relatando a influência da quebra da bolsa americana na economia do café.

BLOCO FINAL - O Ciclo Econômico do Ouro.





O CICLO ECONÔMICO DO OURO.




Expansão territorial: bandeiras e bandeirantes.



Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do território brasileiro além do Tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes penetram no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes. Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.



O século do Ouro: século XVIII.



Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto. O quinto nada mais era do que um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição.
A descoberta de ouro e o início da exploração da minas nas regiões auríferas ( Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás ) provocou uma verdadeira "corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia. Cidades começaram a surgir e o desenvolvimento urbano e cultural aumentou muito nestas regiões. Foi neste contexto que apareceu um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil: Aleijadinho.
Vários empregos surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de trabalho na região aurífera. Para acompanhar o desenvolvimento da região sudeste, a capital do país foi transferida para o Rio de Janeiro.